curiosidadeCuriosidade

Os galhos secos se uniram num suspiro e correram para espiar…
O que havia lá embaixo?
Anísio, um roedor muito do tagarela, resmungava ..-Onde foi que coloquei meus oculos?
Rapidamente o grupo que por pura curiosidade assistia tudo começou a ajudar aos gritos:
-Ali! Não…não mais para a direita…esquerda…está quente…esfriou…
O sorriso amarelo de Anísio ao olhar para cima revelou seu assombro.
– Mas… que é isso? Vão arranjar o que fazer…só me faltava mais essa!
Num gesto cego pediu silêncio.

Paulo Freire falou sobre curiosidade:
A educação que vise formar para a autonomia deve fomentar nos educandos a curiosidade e a criticidade. Um educador que busca despertar a curiosidade e a criticidade em seus educandos, não pode basear-se na memorização mecânica. Pensar mecanicamente é pensar errado. “Pensar certo significa procurar descobrir e entender o que se acha mais escondido nas coisas e nos fatos que nós observamos e analisamos” (FREIRE, 2003b, p. 77). E pensar certo é condição para ensinar certo e ele só se faz no respeito à unidade entre teoria e prática. “E uma das condições necessárias a pensar certo é não estarmos demasiado certos de nossas certezas” (FREIRE, 2000a, p. 30). A arrogância de achar-se o detentor de verdades imutáveis e inquestionáveis também é pensar errado. Os homens e mulheres como seres históricos podem intervir no mundo, conhecê-lo e transformá-lo. O conhecimento também por eles produzido, igualmente é histórico. Dessa forma, os conhecimentos que temos hoje superaram conhecimentos produzidos por gerações passadas, mas tais conhecimentos, também serão superados por outros produzidos por gerações que virão. Esse processo de superação é constante e não há nenhum conhecimento que seja absoluto. Por isso é tão importante estar aberto a novos conhecimentos e buscar produzi-los, quanto conhecer o que a humanidade já produziu (cf. idem, p. 31). A educação para a autonomia só é possível havendo essa possibilidade de recriar o que o passado nos legou e criar o novo.

O Escritor Eça de Queiroz lembra-nos da dicotomia desta emoção:

“A curiosidade leva por um lado a escutar às portas e por outro a descobrir a América”

Acredito que não devemos condenar a curiosidade, pois ela é parte integrante de qualquer ser pensante. Sendo um elemento útil ao aprendizado, a curiosidade é a força impulsionadora do espírito investigativo, necessário à busca do conhecimento e, conseqüentemente, da sabedoria.É através da curiosidade que despertamos para o aprendizado.
Por isso junte seus galhos e mantenha a curiosidade da criança que leva à descoberta.
Boa Sorte!

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